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SAÚDE EM FOCO

Porque crianças menores de 2 anos não devem comer açúcar?

Segundo o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos, uma publicação do
Ministério da Saúde, uma alimentação adequada e saudável começa com o aleitamento
materno até os 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite da mãe até os 6 meses, e continua
com a oferta de alimentos in natura e minimamente processados, além do leite materno, a
partir desse primeiro semestre.
Nos 2 primeiros anos de vida, frutas e bebidas não devem ser adoçadas com nenhum tipo de
açúcar: branco, mascavo, cristal, demerara, açúcar de coco, xarope de milho, mel, melado ou
rapadura. Também não devem ser oferecidas preparações que tenham o ingrediente, como
bolos, biscoitos, doces e geleias.
O açúcar também está presente em grande parte dos alimentos ultraprocessados:
achocolatados, bebidas açucaradas, cereais matinais, gelatina em pó com sabor, mingaus
instantâneos preparados com farinhas de cereais (de arroz, milho e outros), iogurte com
sabores e tipo petit suisse, guloseimas como balas, chicletes, pirulitos e chocolates, além de
biscoitos e bolachas doces.
Esses alimentos geralmente têm uma identidade visual repleta de elementos que remetem ao
bom crescimento e desenvolvimento na infância, o que pode induzir os pais e cuidadores a
acharem que são alimentos saudáveis, mas não são.
Desfechos negativos para a saúde
O consumo de açúcar está relacionado ao desenvolvimento de diversas doenças na vida
adulta, mas muitas vezes é um hábito que começa na infância. De acordo com Inês Rugani,
professora associada do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(INU/UERJ), crianças ainda pequenas já estão apresentando doenças crônicas que eram típicas
de adultos.
Além disso, alimentos ricos em açúcar, seja o de adição ou o que está presente nos
ultraprocessados, apresentam uma composição nutricional desbalanceada e um maior teor
energético, caracterizando um padrão alimentar de baixa qualidade nutricional que pode levar
ao ganho de peso excessivo, ao surgimento de placa bacteriana e cárie nos dentes, além de
outras doenças associadas. Por último, mas não menos importante: a presença dos sabores
doces na infância contribui para a constituição do paladar que pede mais açúcar depois.

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