
Não existe na ciência nenhum respaldo para afirmarmos que um jejum de 7 dias traga
benefícios para nosso corpo no sentido nutricional. Essa prática pode até ser nociva, trazendo
riscos graves relacionados à falta de nutrientes, disse a Sociedade Brasileira de Alimentação e
Nutrição (SBAN) .
O posicionamento ocorreu após a influenciadora ter publicado, em sua conta no Instagram,
que fez um jejum de 7 dias e que não imaginava que iria ser tão mágico.
A SBAN disse, em nota, que nosso metabolismo depende de nutrientes para todas as funções
de funcionamento corporal. Esclareceu, ainda,que muitos desses nutrientes não ficam
estocados, por isso precisamos ingeri-los todos os dias, como é o caso da vitamina C.
Além disso, a sociedade, criada em 1985 em assembleia na Faculdade de Ciências
Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), afirma que "outro assunto que deve ser
levado em consideração é o impacto que uma influenciadora tem nas redes sociais em
adolescentes que buscam o corpo magro.
Existem pesquisas que relacionam o tempo de uso de redes sociais a anorexia e bulimia, além
de transtornos de imagem corporal. Essa apologia ao não comer, deixa pessoas mais
suscetíveis a desenvolver um transtorno alimentar para se igualarem a blogueira.
Ainda, o médico nutrólogo Bruno Cosme também comentou o assunto, o que acabou gerando
um embate on-line com a influenciadora. Segundo ele, o jejum é totalmente desprovido de
evidências científicas.
O jejum de 7 dias é um tipo de jejum intermitente, que geralmente é feito em um prazo
menor. De acordo com a SBAN, existem pesquisas relacionadas ao assunto e a prática pode
ser útil para algumas condições metabólicas sob orientação médica e nutricional.
entre as refeições. Entretanto, ele não é mais eficaz que uma restrição calórica orientada por
um profissional especializado em perda de peso.
Quando esse jejum proporciona uma restrição calórica muito severa, as chances de perder
massa magra são grandes. A grande preocupação está no pós jejum intermitente, pois as
chances de as pessoas compensarem na próxima refeição são altas, principalmente as que não
têm o costume de ficar intervalos longos sem comer, completou.
A Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) também já se posicionou sobre o jejum
intermitente. A recomendação ainda é a mesma: as alegações para sua utilização ainda são
insuficientes para sua recomendação.
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