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SAÚDE EM FOCO

Relação entre Diabetes e Covid-19

A principal recomendação para quem tem a doença é ficar em casa e sair apenas quando
necessário. Ao manter o distanciamento social, a pessoa que tem diabetes reduz a chance de
se infectar com o novo coronavírus. No entanto, é importante adaptar-se, alimentar-se
adequadamente e manter-se ativo mesmo em casa, pois o sedentarismo tem efeitos negativos
na saúde, na imunidade, no bem-estar e na qualidade de vida.
“O importante é se manter ativo, mesmo em seu domicílio, nas tarefas domésticas, não ficar
diante da televisão e sim fazendo atividades, arrumando sua casa. Caminhar, com máscaras,
ou correr é possível, mas cuidado com a roupa: ao chegar em casa, já lavar a roupa e sempre
com o álcool e com os cuidados de se distanciar dos outros no período dessa atividades”,
recomenda a médica Karla Melo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) e coordenadora de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Outras dicas incluem manter hábitos de higiene constantes, como lavar as mãos com água e
sabão; higienizar superfícies que possam estar contaminadas; e utilizar máscara individual,
como barreira física ao vírus.

Caso o portador de diabetes tome medicamento de uso contínuo, mantenha e siga sempre as
orientações dadas pelo médico. No período de epidemia, o paciente pode solicitar uma
avaliação para uma receita com validade ampliada, evitando, assim, saídas mais frequentes
para a farmácia.
Pequenas medidas, grandes mudanças
Pessoas com diabetes devem controlar a quantidade de carboidratos ingerida e evitar a adição
de açúcar – que eleva a glicemia rapidamente e tem pouco valor nutricional. A melhor escolha
de carboidratos são frutas, cereais integrais, leguminosas e laticínios desnatados. A escolha de
alimentos in natura e preparações caseiras são melhores que os alimentos ultraprocessados.
“A comida caseira nós conhecemos, sabemos do preparo, ela pode sim ser mais saudável. E
tem uma questão importante, nesse período em que os doentes precisam melhorar o controle
glicêmico, que é optar por alimentos mais saudáveis e que ajudem a controlar o diabetes”,
aconselhou a médica.
Também é importante escolher alimentos de menor índice glicêmico, incluindo alimentos
integrais ricos em fibras, aveia, leguminosas como feijões, vegetais e frutas com casca e
bagaço, batata doce, inhame; além de incluir gorduras boas, como castanhas, e proteínas
magras de boa qualidade, como queijo branco.
A doutora Karla ainda dá uma orientação especial quanto às frutas: “As frutas devem ser
ingeridas uma por vez, por exemplo. Se ingerir duas bananas de uma só vez a elevação da
glicemia é bem maior do que se ingerir apenas uma banana. Então [a recomendação] é ingerir
frutas, legumes, verduras e hidratar-se muito bem”.
Para quem tem diabetes tipo 2 e tem excesso de peso, a prioridade é a perda de peso para
melhora da resistência à insulina. Para isso, o total de carboidratos é importante, mas também
o total calórico e as escolhas saudáveis em geral.
Quem utiliza insulina ou outros medicamentos que aumentam os níveis de insulina, deve
monitorar os níveis de glicose e ter sempre consigo algum carboidrato de ação rápida para
casos de hipoglicemia.
Diabéticos devem manter uma alimentação equilibrada, regular, variada e natural; fracionar
de três em três horas as refeições para evitar hipoglicemia e descontrole da fome, resultando
em maior ingestão de alimentos após longos períodos sem alimentar.
O controle de açúcar, sal, frituras, colesterol e gordura saturada é bom para todas as pessoas,
inclusive para quem tem diabetes. Consuma menos de 2g de sódio por dia, o que equivale a 5g
de cloreto de sódio e utilize temperos frescos, que dão sabor à comida e diminuem a adição de
sal.
Atividades físicas
Para as pessoas com diabetes, a prática de exercício físico é muito benéfica. Ela auxilia na
perda e manutenção de peso, no aumento da sensibilidade à insulina e no melhor controle dos
níveis sanguíneos de glicose no sangue.
Dentro de casa é possível simular uma caminhada: ande, no mesmo lugar, movimentando bem
os braços ou ande de quatro a seis passos, vire e ande mais quatro a seis passos; repita
durante 15 minutos e aumente o tempo para até 30 a 40 minutos: inicie de uma a três vezes
por semana e aumente gradativamente.

Saúde mental e autocuidado
De acordo com especialistas, o estresse, associado a outros fatores de risco, pode ser muito
danoso, principalmente durante a pandemia, que vem aumentando a pressão psicológica e
ansiedade e o estresse, que provoca excesso de atividade do sistema nervoso e pode elevar a
pressão arterial e o nível de colesterol. O estresse também estimula o hábito de fumar,
provoca excessos alimentares e aumenta em 60% o risco de infarto.
A exposição constante a notícias também pode levar à ansiedade, depressão e ao estresse.
Siga notícias confiáveis e evite boatos e fake news. A pandemia também pode ser uma
oportunidade para aproveitar momentos em família.

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