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SAÚDE EM FOCO
Na Alemanha, cientista baiano trabalha no desenvolvimento de tratamentos para câncer de próstata: 'Área desafiadora'
No mês do ;Novembro Azul, campanha de conscientização da saúde do homem, com ênfase
no diagnóstico precoce do câncer de próstata, contamos conta a história de um cientista
baiano vem trabalhando na pesquisa e desenvolvimento de substâncias para o tratamento do
câncer de próstata, na Alemanha.
O câncer de próstata acomete cerca de 1,2 milhão de homens por ano no mundo. No Brasil, a
estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2020 é que haja mais de 65 mil novos
casos da doença, atingindo cerca de 29% dos homens do país. Segundo o Inca, é o tipo de
tumor mais comum em pessoas do sexo masculino no Brasil, seguido de câncer de cólon e reto
(20.540 diagnósticos) e traqueia, brônquio e pulmão (17.760).
Na Bahia, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia no estado (SBU-BA), são
previstos 6.130 novos casos este ano, 1.090 deles só em Salvador.
Nascido em Jaguaquara, no sudoeste baiano, José Carlos dos Santos, 40 anos, mora em
Heildeberg há cerca de 13 anos. O objetivo da pesquisa dele é tratar a doença sem gerar
tantos efeitos colaterais ao paciente.
Licenciado em química pela Universidade Estadual do Sudoeste Baiano (Uesb), o cientista tem
dois mestrados – em Química Medicinal, pela Universidade de Regensburg, na Alemanha, e em
Química Radiofamacêutica e Terapêutica, pela Universidade Clássica de Lisboa, Portugal. José
Carlos também é doutor pela Universidade de Heidelberg, também na Alemanha.
Carlos trabalha atualmente no desenvolvimento de novas radioterapias que tragam resultados
efetivos, mas sem efeitos colaterais tão agressivos.
;Elas são radioterapias com um novo conceito, com conceito de teranóstico, tera significa
terapia e nóstico diagnóstico. É uma radioterapia com função dupla, que ajuda do diagnóstico
e tratamento, tem uma contribuição gigantesca para a medicina nuclear, detalha.
A diferença, ele explica, impacta diretamente na qualidade de vida e longevidade do paciente.
“Nós temos uma deficiência muito grande nessa área porque as radioterapias não são
específicas e causam efeitos colaterais. Nesse caso, da que eu desenvolvi, como ela é
específica para o alvo, não tem tantos efeitos colaterais e oferece para o paciente uma
qualidade de vida, uma expectativa de vida maior, mais dias de vida”.
O cientista detalha a pesquisa, que durou 5 anos até chegar na fase de testes em pacientes. A
principal diferença, segundo Carlos, é que alguns tratamentos usados hoje nas radioterapias e
quimioterapias, como não têm um alvo específico, acabam agredindo células saudáveis dos
pacientes, deixando-os muito debilitados durante o tratamento, principalmente se for a longo
prazo.
“A molécula alvo foi PSMA, que é um biomarcador do câncer de próstata. Quanto maior o
número de PSMA nas células, maior a agressividade do tumor. A substância que eu desenvolvi
se liga diretamente a essa proteína. Essas substâncias diretamente para o alvo aumentam a
expectativa e qualidade de vida do paciente”, completa.
As substâncias desenvolvidas pelo pesquisador baiano receberam nomes científicos que levam
as iniciais do nome dele CA (Carlos). São elas: CA03, CA012, CA028.
Todas já foram testadas, patenteadas e compradas por uma indústria alemã, mas ainda não
estão disponíveis nos centros de tratamento.
“Foi uma substância chegou a uma fase bem desenvolvida e foi testada em pacientes com
excelentes resultados. Em breve vai estar no mercado para todo mundo”, explicou Carlos.
(www.g1.com)
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