
Entre as prováveis causas da depressão infantil, pode estar uma experiência frustrante como
separação dos pais, morte de um parente, bullying na escola.
A psicanalista Elizandra Souza explica ainda que a probabilidade da criança desenvolver algum
transtorno aumenta consideravelmente quando há casos de depressão na família. “O fator
genético também pode exercer influência, mas a convivência com pessoas depressivas ou com
histórias de depressão na família, faz a criança 'aprender' a ser", diz a especialista.
Mas, é possível contornar a situação para que, mesmo com adultos com depressão no convívio
familiar, diminua a tendência da criança a desenvolver a doença. “É comum que crianças
apresentem os mesmos sintomas que um adulto apresenta. Isso por causa da identificação e
necessidade de pertencimento que crianças e adolescentes buscam, de forma mais evidente.
Para contornar, é interessante apresentar para a criança outras formas de ser e de lidar com o
mundo. Na infância, os exemplos de comportamento e pensamento são os maiores
influenciadores de personalidade”, frisou.
Os primeiros sinais de que a criança pode estar com depressão são físicos. Muitos pais podem
confundir estes sintomas com “manha”.
“As crianças com depressão podem se apresentar mais irritadas ou agressivas, perdem o
interesse pelas atividades que normalmente gosta, ficam mais retraídas, apresentam
alterações de apetite [excesso ou recusa], dificuldade de concentração e/ou aprendizagem,
problemas com o sono [aumento ou diminuição]”, elenca Elizandra.
A especialista ainda alerta sobre os sintomas mais evidentes. “Falta de paciência ou tolerância,
culpabilidade, problemas na aprendizagem, afastamento e desinteresse por atividades
favoritas e dores”.
A criança também pode ficar muito tempo quieta, com medo de se separar dos pais ou
cuidadores, evitar o contato interpessoal com as pessoas mais próximas e até mesmo perder o
interesse pelas brincadeiras que costumava achar divertidas. Segundo a psicanalista, o que
diferencia a depressão dos episódios de mau humor é a intensidade e a persistência.
Por isso, orienta a profissional, quando a criança apresentar os sintomas por tempo
prolongado, mais de um mês por exemplo, é preciso procurar ajuda médica. “Ou quando a
relação com a criança fica muito difícil – nada que se faça a demove desse lugar de apatia”,
completa Elizandra.
“Quando falamos em saúde, pode ser comum pensarmos somente no aspecto físico e
esquecemos do lado emocional. É fundamental que os pais busquem o profissional logo que
perceber essas mudanças, para assim ajudar compreender e orientar da melhor forma”,
acrescenta a psicopedagoga. A depressão na infância pode comprometer o desenvolvimento
da criança interferindo no processo de maturidade psicológica e social. O tratamento envolve
psicoterapia e combinação de medicamentos que são adaptados à gravidade dos sintomas e
como eles afetam o seu desenvolvimento. Percebeu sintomas, procure um médico.
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