DestaqueManhã do Ouvinte

SAÚDE EM FOCO

Como funcionam as vacinas de reforço

Quando recebemos uma vacina pela primeira vez,
nosso sistema imunológico ativa dois tipos
importantes de glóbulos brancos. Em primeiro lugar,
as células B do plasma, que se concentram
principalmente na produção de anticorpos.

Infelizmente, esse tipo de célula tem vida curta,
portanto, embora nosso corpo possa estar repleto
de anticorpos em apenas algumas semanas, sem a
segunda injeção, há um declínio rápido deles em
nosso organismo.

Em segundo lugar, há as células T, cada uma das
quais especificamente adaptada para identificar um
patógeno específico e matá-lo.

Algumas delas, células T de memória, são capazes
de permanecer em nosso corpo por décadas até
encontrarem seu alvo — o que significa que a
imunidade a vacinas ou infecções pode, às vezes,
durar a vida toda.

Mas, crucialmente, não teremos muitas células
desse tipo até recebermos uma segunda dose.

A dose de reforço é uma forma de expor novamente
o corpo aos antígenos — as moléculas dos
patógenos que ativam o sistema imunológico —
para iniciar a segunda etapa da resposta.

“Ao recebermos essa dose de reforço, teremos uma
frequência mais alta de células T de memória e
também, até certo ponto, uma maior quantidade de
células B. Elas também estarão produzindo
anticorpos de maior qualidade”, diz Danny Altmann,
professor de imunologia na Universidade Imperial
College, em Londres.

Na segunda exposição à mesma vacina ou
patógeno, as células B remanescentes são capazes
de se dividir rapidamente e produzir um contingente
ameaçador de cópias, levando a um segundo pico
na quantidade de anticorpos circulantes.

A segunda dose também inicia o processo de
“maturação das células B”, que envolve a seleção
das células ainda não maduras (desenvolvidas)
com os melhores receptores para a ligação a um determinado patógeno.

Isso acontece enquanto elas ainda estão na medula
óssea — onde são produzidos os glóbulos brancos
— e depois viajam para o baço para terminar de se
desenvolver.

Neste sentido, as células B não são apenas mais
numerosas depois da vacinação de reforço, mas os
anticorpos que elas produzem são melhor
direcionados.

As células T de memória, por sua vez, também se
proliferam rapidamente. Acredita-se que elas
desempenharam um papel crítico durante a
pandemia atual, protegendo algumas pessoas do
desenvolvimento da covid-19 grave.

Embora o vírus possa estar circulando apenas
globalmente desde dezembro de 2019, há algumas
evidências de que as células T de memória podem
ter “se deparado” com outros coronavírus antes,
como aqueles que causam o resfriado comum —
permitindo-lhes reconhecer a covid-19.

Comentários

Artigos Relacionados

Fechar