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Violência psicológica: O que contam e como contam

Violência psicológica: O que contam e como contam

Um fator importante é que as vítimas costumam contar pouco ou nada sobre o relacionamento, o parceiro e o que ele faz.

“Quem sofre o abuso tenta fazer com que o agressor não pareça uma pessoa má, evitando que as pessoas vejam o que acontece”, explica Vidal.

E, se a vítima contar algo, pode ser que busque justificar as ações do agressor.

“Ele fez isso comigo porque eu merecia”, “sou uma pessoa ruim, eu mereço”, “exijo demais dele”, podem ser algumas frases de justificativa.

Essas falas revelam uma faceta do abuso: a culpa sentida pela pessoa violentada.

“Essa emoção nos diz muitas coisas e, nesse tipo de relacionamento, é um sinal de que algo está errado porque em um relacionamento não deve haver culpados. Pergunte a si mesmo se você é sempre, no relacionamento, aquele que se sente culpado. Se for o caso, verifique o que está acontecendo”, diz Vidal.

Dependência emocional e dúvidas

Com a pessoa que sofre abuso psicológico, existe um apego ao agressor que se estende em intensidade e duração além do que é habitual nos primeiros meses de namoro, e é diferente da dependência saudável que existe nas interações humanas.

Vendo de fora, isso se reflete com a perda da autonomia: a vítima não tem controle sobre seus próprios horários e depende do agressor para tomar decisões.

Podemos perceber também que a pessoa violentada duvida de tudo e demonstra insegurança. Isso, junto com a dependência emocional, é fruto da constante manipulação a que ela está sendo submetida.

“Há uma perda brutal do poder e de toda a capacidade de discernir o que é real do que não é, o que sou e o que não sou”, diz a psicóloga Sandra Ferrer.

Como se comporta quando está com o parceiro

É possível que o círculo social da vítima tenha pouco contato com o abusador, mas, se houver, é importante saber que pessoas que exercem a violência psicológica tendem a ter perfis narcisistas, segundo Vidal.

 

“Mas o abuso quase nunca é detectado (nesses encontros). Pode ser que apareçam algumas escorregadas, como um olhar muito fixo para a vítima ou ordens para que se cale”, diz a psicóloga.

Tanto ela quanto Ferrer aconselham observar como a vítima se comporta nessas ocasiões.

“Dá a sensação de que essa pessoa não é quem é ao lado da pessoa que a está violentando. Você não a reconhece, não percebe sua faceta espontânea, livre e fluida”, diz Ferrer.

A isto, Vidal acrescenta que as vítimas, sobretudo quando estão com o seu agressor, “não tomam a iniciativa, não opinam, calam-se e concordam”.

 

 

 

 

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